Como falamos em um post anterior, vivemos dias difíceis quando o assunto é “Igreja” ou até mesmo onde congregar, qual a comunidade cristã adequada. Além disso, a Igreja sofre com a sociedade pós-moderna que vem relativizando todos os valores absolutos que as Sagradas Escrituras sempre afirmaram. Isso acaba criando um certo ceticismo automático com os de fora e um grande nominalismo com os de dentro da Igreja.

Pois bem, não vejo momento melhor de estudar à doutrina da Igreja, do que o cenário atual. Vemos que para muitos cristãos a doutrina da Igreja não tem muito valor, talvez bonita, mas, em última análise sem importância. No entanto, a Bíblia nos mostra que pensar e ser “Igreja” nos dias de hoje, e com qualidade, só é possivel quando olhamos para o que a própria Bíblia tem a dizer sobre o tema. Ao contrário do que muitos cristãos pensam a doutrina da Igreja é de importância suprema. Mark Dever (autor da série 9marcas de uma Igreja saudável), nos diz que: “A Igreja é a parte mais visível da teologia cristã e está conectada vitalmente com todas as outras partes. A obra de Cristo é o fundamento da Igreja, a obra de Cristo continua na Igreja; a plenitude do ministério de Deus na redenção é revelada entre o seu povo chamado Igreja”.

Precisamos entender que a Igreja surge do evangelho, sendo assim, uma Igreja que vive padrões de sua existência e motivos pelos quais foi chamada de forma distorcida, coincide usualmente com um evangelho distorcido. Mas, isso também não quer dizer que todas as diferenças que as Igrejas possuem, equivalem a diferenças sobre o próprio evangelho.

Ao longo da História da Igreja, cristãos honestos tem diferido sobre várias questões importantes na praxis da Igreja. Contudo, apenas porque uma questão não é essencial a salvação, não quer dizer que não seja necessário o debate e a obediência do que a Bíblia nos ensina. Precisamos rever nossa Eclesiologia atual e voltar urgentemente à Palavra de Deus! Considero a Igreja importântissima para a vida do crente salvo em Jesus. Tudo que aprendi em minha vida cristã e toda experiência nos últimos 17 anos sobre Deus, sua pessoa, sua obra redentora, como tratar o próximo, aprendi no âmbito da Igreja. Portanto, para os mais desiludidos com a Igreja, tenho uma mensagem: “A Igreja, continua sendo Igreja”. Como diz John Stott – “A Igreja está no próprio âmago do próposito eterno de Deus”. Ela não é uma idéia divina posterior, não é um acidente de história! Ela (Igreja), deveria ter uma importância significativa para os cristãos, assim como, ela tem para Cristo. Ele fundou a Igreja (Mateus 16.18), comprou-a com seu sangue (Atos 20.28) e se identifica intimamente com ela (Atos 9.4). Fora isso, a Igreja é o corpo de Cristo (I Coríntios 12.12; 27; Efésios 1.22-23; 4.12; 5.20-30; Colossenses 1.18; 24; 3.15), ela também é a habitação do seu Espírito         (I Coríntios 3.16-17; Efésios 2.18, 22; 4.4) e o principal instrumento para glorificar a Deus no mundo (Ezequiel 36.22-38; Efésios 3.10). Ela também é o instrumento de Deus para levar as boas novas da salvação às nações e lhe trazer pessoas redimidas (Lucas 24.46-48; Apocalipse 5.9).

E por último, Jesus disse ao seu povo que se lhe obedecessem estariam demonstrando seu amor a Ele (João 14.15, 23). Bem, acredito que por isso, seja tão importante a doutrina da Igreja nos dias atuais, que você e eu possamos refletir mais sobre o tema e entender que a Igreja continua sendo vital na nossa vida com Deus. Pois você é a Igreja!

Deus te abençoe ricamente!

Em Cristo – Paulo Alessandro.

(A reflexão desse artigo foi feita com base no Livro “Igreja, o evangelho visível” – Mark Dever – Série 9marcas).

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